Finda que está esta semana, por sinal de grande rebuliço nos mass-media do boca a boca aqui do nosso Paraíso dos Frustrados, mais uma vez motivado pelos resultados (ou seja pela falta de resultados de alguns participantes) da maratona do passado domingo, fez-me recuar 10 anos no tempo e recordar um episódio no qual fui interveniente, quando em Março de 2000 participava em Tavira na 2.ª prova da Taça de Portugal de XC (que na altura ainda lhe faltava a letra O por ainda não ser modalidade Olímpica), enchi-me de coragem e interpelei dois adversários relativamente às suas participações, isto é, eles faziam sistematicamente penúltimo e último lugar, nunca pontuavam, mas ainda assim apareciam sempre com vontades renovadas nas provas e isso naquela altura deixava-me confuso. Eles explicaram que o que os levava a participar era o ambiente que se vivia, eram os cheiros, as conversas, a partilha de opiniões e experiências e sobretudo o facto de poderem alinhar ao lado dos PRÓS (que só o são porque alguém é mais fraco do que eles). Só anos mais tarde consegui entender o prazer de que eles me falavam, um prazer que não passa por ganhar corridas, não passa por passar o mais rápido possível pelos percursos sem sequer os ver ou poder mais tarde recordar, mas sim por tentarmos fazer o mesmo percurso que os tais PRÓS, arriscando a não o conseguirmos ou demorarmos mais duas horas que eles, mas ainda assim não deixamos de dizer presente, ganhando assim o direito a poder contar aos coscuvilheiros que habitam no paraíso dos frustrados(que não aparecem em lado nenhum e que tudo fazem por informação), que sabemos que existem de NORTE A SUL. Aos que vão aparecendo só posso dizer que continuem, com o passar do tempo vamos tendo mais experiência, e garanto-vos que o prazer anda de mão dada com a experiência. Aos outros, só posso dizer, aqui não há fracos, somos todos duros
É isso mesmo...
ResponderEliminarNo café tbm sou o maior aqui do bairro!!
Estou a gostar da leitura..
Parabéns pelo blog
Abraço